segunda-feira, 29 de junho de 2009

Vê lá onde te Infías!!!

"Localizado junto à rotunda de Infías, nos terrenos da antiga fábrica do Pachancho, o Edifício Zínia vai acolher um Conjunto Residencial Sénior (nos pisos 1 a 7), uma pequeno espaço comercial de quatro lojas (piso 0) e ainda um supermercado da cadeia Pingo Doce (piso -1). "

in http://avenidacentral.blogspot.com/

Tenho vindo a denunciar a persistente falta de autoridade policial e municipal perante as também persistentes irregularidades de utilização da via pública na zona de Infías, nomeadamente na rua Conselheiro Bento Miguel, em frente ao colégio D. Diogo de Sousa sito na freguesia de S. Vicente a mesma onde resido, na rua Maria de Sousa (urbanização Pachancho) na cidade de Braga.






De facto tenho observado que antes e depois das obras de requalificação urbana da referida zona e com o início da época do “regresso às aulas”, a rua Conselheiro Bento Miguel é literalmente “inundada” de viaturas dos progenitores e encarregados de educação dos alunos do dito colégio, que possuindo por sinal muito pouca educação, se atravessam no corredor central da via, na rotunda adjacente e em tudo que seja passeio, separador, lancil, jardim, faixa continua etc. interrompendo diariamente o transito na zona durante pelo menos 1 hora, entre as 8:30 e 9:30. e outra hora no período crítico das 17:00 às 18:00.



É incompreensível que esta situação se mantenha, quando foram gastos muitos fundos públicos do município para requalificar uma zona que merecia melhor atenção cívica por parte de pessoas que pelo seu estatuto económico deveriam ter mais educação no exercício da cidadania.





Gostaria de salientar que existem na proximidade do Colégio D.Diogo de Sousa inúmeros lugares gratuitos de estacionamento de viaturas, como sejam em frente às lojas Pingo Doce (ex-Plus), DeBorla e Junto ao cemitério.

Casos semelhantes a estes verificam-se em pontos também importantes da cidade, onde as autoridades não actuam, não planeiam, nem corrigem como sejam:

- Rua do Raio, entre Senhora-a-Branca e Rechicho: somos sistematicamente obrigados a utilizar o corredor BUS, porque 1ª e 2ª filas estão sistematicamente ocupadas pelos “pópós” dos “papás”.

- Variante rápida à EN101, Braga - Prado, nas saídas para Novo Estádio Municipal (corrijo, AXA Estádio) em dias de “bola”: faixas de rodagem e linhas contínuas de berma totalmente ocupadas por “adeptos”; circulação contínua de peões no meio da via, avançando os rails separadores sem atender aos automobilistas que circulam a 90-100 km/hora.

- Avenida da Liberdade; 2ªfila, estacionamento sobre passeios

- Avenida Central; idem;

- Rua de Caíres; ibidem;

- Etc. etc.

Será muito pedir aos “papás” que façam um pouco de exercício a pé para levar os meninos à escola. Até era mais bonito para os filhos, para os colegas dos filhos e impressionaria certamente os restantes “papás” infractores, que poderiam até ensinar novos exemplos aos seus filhos, melhores do que aqueles com que foram ensinados pelos seus próprios papás há 20 anos atrás e certamente nos mesmos locais.

A educação é assim. Multigeracional. Os bons exemplos transmitem-se de pais para filhos. As autoridades só têm que colaborar. São pagas para isso por todos nós.

Agora e relativamente ao edifício "Zínia", sobre o antigo edifício Pachancho, convém não esquecer que antes de ser Pachancho, as edificações existentes de arquitectura sóbria e bons materiais eram destinadas a ser o Hospital de Braga. E porquê? Porque o terreno alto, seco, rochoso, arejado e sossegado reunia as condições ideais para um hospital. Ao contrario do actual S.Marcos, fundo, húmido, freatico e bastante ruidoso.

Pelas mesmas razões está a ser construido em "zona alta" o novo hospital, excepto que vai danificar irreversivelmente o corredor verde das "sete fontes". E para o mal de todos os bracarenses.

Assim está resolvido parte do problema dos seniores. Mas não estará certamente resolvido o problema do transito e acessibilidades, como não estará resolvido o problema do sossego.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

O TGV e a pata espanhola

Sobre o tão propalado TGV com ligação de Lisboa a Madrid, surgem-me na memória acontecimentos recentes que comprovam a grande mediocridade dos governantes portugueses dos últimos dois séculos relativamente aos poderes de Castela sobre a Ibéria.

Para quem, como eu, cultiva a memória dos 900 anos do nascimento de Afonso Henriques, 1º Rei de Portugal, em ambiente contraditoriamente republicano, estranha que sejam comemorados no ano que vem os 100 anos da implantação da república em Portugal, precisamente dois anos após o assassinato perpetrado por portugueses, em solo português, de um português, que por acaso, era a figura pública denominada Rei de Portugal.

Entretanto, e porque a memória falha aos nossos ilustres governantes nos acontecimentos fundamentais, há pouco mais de 200 anos (1801) , foram invadidas importantes praças fortes raianas pelas tropas de suas Majestades Católicas de Espanha, nomeadamente, Juromenha, Arronches, Portalegre, Castelo de Vide, Barbacena, Campo Maior e Ouguela, e por fim mas não menos importante Olivença, sendo esta última parte integrante do território português em Espanha...

Mais atrás no tempo, recordarei a única época historica em que Lisboa e Madrid se juntaram estratégicamente, para que de uma forma bastante subtil, Lisboa desaparecesse e Madrid dominasse toda a Ibéria.

Este facto histórico aconteceu durante 60 anos, de 1580 a 1640 e marcou muito pesadamente a estratégia de um país como Portugal que tinha consolidado um Império sui generis, pioneiro, global e multicultural.

A primeira machadada provocada nessa época pelos Filipes de Espanha foi a destruição, propositada, da Maior Armada do Mundo, a Portuguesa, contra os nossos aliados Ingleses.

Com esta perda, foram subtraidos aos portugueses, os principais canais comerciais marítimos do Atlântico e do Índico, dando lugar aos novos predadores da Inglaterra, França e Holanda na conquista das "Índias".

Voltando à polémica do TGV, na sua ligação Lisboa-Madrid.
Todos sabemos por experiência que a ligação de Portugal à Europa por via terrestre é tradicionalmente feita há seculos, pelo Norte peninsular. Não porque é tradição, mas porque é mais perto.
A ligação de qualquer ponto da peninsula ibérica a Madrid é puramente artificial e muito recente.
Se analisarmos a história recente da evolução da linha férrea em Espanha, Madrid surge isolada das cidades do litoral ibérico, como Barcelona, Bilbau ou Vigo.

As próprias linhas rodoviárias modernas de ligação da Galiza ao centro de Espanha, foram efectuadas apenas nos anos 90 do século XX. O mesmo acontecendo com o País Basco e Navarra.

Isto só prova que não existe de forma natural, necessidade de ligar Lisboa a Madrid por TGV. Porque os principais fluxos comerciais e populacionais da Ibéria não passam por aí.

Se o nosso rumo é a Europa, sugiro que peguem no mapa e marquem:
1ª alternativa - Lisboa-Porto-Vigo-Burgos-San Sebastian(Donostia)-França.
2ª alternativa - Lisboa-Aveiro-Salamanca-Burgos-San Sebastian(Donostia)-França.
3ª alternativa - Lisboa-Badajoz (ou Cáceres)-Madrid-... para onde...? Para quê?...

A 1ª alternativa pressupõe uma utilização bastante lucrativa da Linha do Norte e "abastece" a maior fronteira da peninsula ibérica em pessoas, veiculos e mercadorias (Valença do Minho).

A 2ª alternativa serviria o maior corredor rodoviário de mercadorias da península ibérica e com rumo à Europa.

A 3ª alternativa serviria apenas e só Madrid, para se ir aos saldos e comer tapas na "Castelhana", e dessa forma eliminar gradualmente qualquer estratégia de médio/longo prazo para Lisboa e para o futuro de Portugal como nação independente.

Haja razão e juizo

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Predios devolutos nas nossas cidades

Os três vértices do urbanismo desregrado nas nossas cidades é:

Excesso de oferta de prédios novos na periferia

Desertificação nos centros das cidades históricas

Prédios devolutos em mau estado nos centros históricos

Este fenómeno poderia ser aceitável nos anos 80 do século passado, devido a uma certa ressaca da revolução dos cravos. Nesses tempos já remotos o conservadorismo ainda era pecado enquanto o novo-riquismo pós revolucionário bem sucedido significava o financiamento puro e duro da nova democracia.

Hoje, em pleno século XXI, maduros democratas ainda vivem do paradigma "pato bravo" rico que compra, vende, aluga, troca, muda, constrói, destrói, paga, suborna, financia, corrompe.

Veja-se a proposta da LEI DE FINANCIAMENTO DOS PARTIDOS POLÍTICOS. Unanimidade total na assembleia da república. Chumbo apenas no Cavaco.

Isto vem a propósito do triângulo amoroso mais poderoso do mundo democrático:

Licenciamento camarário de construção imobiliária em tudo que é zona verde, alegando não poucas vezes interesse público "naquela estrada para servir a escola" que passa mesmo por cima da quinta do fulano que de agricultor tem pouco mas constrói razoavelmente (mal) e apoia bem melhor o partido e a campanha.

Se os municípios necessitam de receitas limpas e honestas, porque não taxam múltiplas vezes em IMI, os prédios devolutos nos centros históricos? Será por uma boa parte deles serem da própria autarquia?

Ou melhor, e se não for competência daqueles, porque não se aprova na Assembleia da República e por unanimidade, uma LEI de penalização máxima em IMI, aos senhorios que possuem prédios nos centros históricos "a cair"?

A cenoura à frente do burro poderia ser: se fizerem obras, são concedidos créditos de bonificação máxima para requalificação, licenciamento simplificado e desburocratizado das obras e desde que os objectivos finais sejam de arrendamento ou venda para habitação permanente em primeiro, escritórios em segundo e comércio e serviços em terceiro.

Como reserva de valor sobre a requalificação urbana existente, ou mesmo as construções existentes fora dos centros que possuam valor de requalificação, e de forma a manter os indices pouco prováveis de aumento populacional, deveria ser constitucionalmente proibido construir novo em qualquer zona verde, agricola, florestal, montanha, estuário ou zona costeira que não possuam actualmente qualquer tipo de construção.

Não é difícil encontrar um pouco por toda a parte edifícios, historicos ou não, que necessitam de remodelação. O Racio entre o que á possível requalificar e as espectativas de crescimento populacional é francamente superior a 100%.

Isto obviamente que afectaria a grande maioria dos projectos PIN em curso (ou em projecto) nomeadamente para o alentejo e algarve. Que afecte. Não faltam no interior do país, fortalezas, mosteiros e castelos para recuperar e criar novos atractivos para o turismo.

Mas já dizia recentemente Manuela Ferreira Leite, que se tivermos que suspender as grandes obras públicas, então suspendemos.

Esta Reserva de Valor Constitucional, que "teve" exemplos muito inovadores e meritórios por parte do arquitecto paisagista Ribeiro Teles, na figuras de Reserva Agrícola e Ecológica e nos idos anos 70/80 pós revolução, mereceria também unanimidade na Revisão Constitucional da Assembleia da República. Haja razão.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Os três nãos do futuro e a quinta vaga

Se queremos viver no futuro com saúde e bem estar de forma infinitamente renovável (os nossos filhos, netos, bisnetos, etc) então chegou a altura de dizer não, não e não a três palermices que de tão simples são tão funestas, a saber:

Não destruir o que está bem construído

Não construir onde não está construído

Não construir o que não é necessário

Dito de outra forma:

Requalificar as construções existentes nas aldeias, vilas e cidades, se de boa construção ou possuindo valor histórico-cultural ou não o sendo, demolir e construir sobre.

Evitar ocupar ou construir nas zonas verdes agrícolas, florestais, montanhosas, de estuário ou costeiras

Evitar construir acima das necessidades populacionais ou da oferta imobiliária existente.


Em termos funcionais devermos dizer três nãos fundamentais à sobrevivência futura :

Não ao abandono das zonas rurais, agricultura e silvo-pastorícia

Não ao abandono sistema produtivo tradicional do tipo entra matéria-prima sai produto acabado

Não ao abandono dos sistemas tradicionais de comércio nos cascos urbano-históricos das vilas e cidades, feiras e mercados

A chamada terceira vaga dos serviços, e mais ainda a quarta vaga das comunicações rápidas e virtuais não sobreviverão sem a consolidação das vagas primárias e secundária na terra real.

Ao homem físico, real e terreno, é chegada a altura de lhe devolverem o seu ecossistema natural e social. A sua ligação à terra torna-se fundamental para a sua sobrevivência e sustentabilidade.

O saber fazer com braços, pernas e mãos é a cada dia que passa uma necessidade fundamental, que estando praticamente esquecida e desprezada pelas sucessivas vagas, industrial, terciária e virtual (fenómeno playstation) está nos dias de hoje, de forma ansiolítica, na fila de espera dos ginásios, das caminhadas e do btt. Ou no caso dos mais velhos, à porta do Centro de saúde e da Farmácia em busca da imortalidade.

Por aquelas razões e constatações a quinta vaga, será o regresso às origens; o remexer na terra, o ver crescer uma planta, o cuidar geometricamente da horta diaria e sazonal, o conduzir e vigiar o rebanho.

A quinta vaga será o prenuncio da continuidade infinitamente renovada da natureza e da sua relação com o homem, como eu, ou como tu, ou como todos os outros que estão cá e que hão de vir.