sexta-feira, 12 de junho de 2009

Os três nãos do futuro e a quinta vaga

Se queremos viver no futuro com saúde e bem estar de forma infinitamente renovável (os nossos filhos, netos, bisnetos, etc) então chegou a altura de dizer não, não e não a três palermices que de tão simples são tão funestas, a saber:

Não destruir o que está bem construído

Não construir onde não está construído

Não construir o que não é necessário

Dito de outra forma:

Requalificar as construções existentes nas aldeias, vilas e cidades, se de boa construção ou possuindo valor histórico-cultural ou não o sendo, demolir e construir sobre.

Evitar ocupar ou construir nas zonas verdes agrícolas, florestais, montanhosas, de estuário ou costeiras

Evitar construir acima das necessidades populacionais ou da oferta imobiliária existente.


Em termos funcionais devermos dizer três nãos fundamentais à sobrevivência futura :

Não ao abandono das zonas rurais, agricultura e silvo-pastorícia

Não ao abandono sistema produtivo tradicional do tipo entra matéria-prima sai produto acabado

Não ao abandono dos sistemas tradicionais de comércio nos cascos urbano-históricos das vilas e cidades, feiras e mercados

A chamada terceira vaga dos serviços, e mais ainda a quarta vaga das comunicações rápidas e virtuais não sobreviverão sem a consolidação das vagas primárias e secundária na terra real.

Ao homem físico, real e terreno, é chegada a altura de lhe devolverem o seu ecossistema natural e social. A sua ligação à terra torna-se fundamental para a sua sobrevivência e sustentabilidade.

O saber fazer com braços, pernas e mãos é a cada dia que passa uma necessidade fundamental, que estando praticamente esquecida e desprezada pelas sucessivas vagas, industrial, terciária e virtual (fenómeno playstation) está nos dias de hoje, de forma ansiolítica, na fila de espera dos ginásios, das caminhadas e do btt. Ou no caso dos mais velhos, à porta do Centro de saúde e da Farmácia em busca da imortalidade.

Por aquelas razões e constatações a quinta vaga, será o regresso às origens; o remexer na terra, o ver crescer uma planta, o cuidar geometricamente da horta diaria e sazonal, o conduzir e vigiar o rebanho.

A quinta vaga será o prenuncio da continuidade infinitamente renovada da natureza e da sua relação com o homem, como eu, ou como tu, ou como todos os outros que estão cá e que hão de vir.

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